Alguns dos mistérios mais íntimos da vida passam pela reprodução humana. O início de uma nova vida pode também levantar questões que são de grande importância prática na vida cotidiana. Entre elas:
3. Por que os testículos de um homem ficam do lado de fora do corpo?
Na maior parte dos mamíferos, incluindo nos primatas, os testículos descem da sua posição inicial, ao lado dos rins, para uma bolsa escrotal, localizada fora do corpo. A descida dos testículos já foi explicada de várias maneiras.
O motivo mais amplamente aceito tem relação com a temperatura corporal elevada, típica dos mamíferos. É um consenso científico que a produção de esperma em humanos não pode ocorrer em um ambiente com a temperatura tão elevada quanto a média do corpo. Sabe-se, por exemplo, que os casos em que os testículos de um homem permanecem na cavidade do corpo resultam em infertilidade.
No entanto, a produção de espermatozoides claramente pode ocorrer dentro do corpo, porque alguns mamíferos – como golfinhos, rinocerontes e elefantes – produzem sêmen em testículos que não descem. Em vez disso, parece que uma temperatura mais baixa é melhor para o armazenamento de esperma. Mamíferos com testículos que não descem possuem várias adaptações especiais para armazenar o esperma em locais onde a temperatura corporal é mais baixa.
2. Quantos espermatozoides são necessários para garantir a fertilização?
A resposta é curta e fácil: um. Apenas um espermatozoide é necessário para fertilizar um óvulo. Na verdade, é desastroso se um óvulo for fertilizado por mais de um espermatozoide, já que apenas um conjunto de cromossomos paternos deve ser fornecido. Tanto que existem mecanismos especiais para evitar que mais de um espermatozoide fertilize um óvulo.
No entanto, cada ejaculação humana contém, em média, 250 milhões de espermatozoides. Então, por que tantos? Várias pesquisas têm mostrado que os homens que expelem menos de 60 milhões de espermatozoides por vez tendem a ter problemas de fertilidade. Além disso, os tratamentos contra a infertilidade conseguem elevar a contagem de espermatozoides de 60 milhões para cerca de 200 milhões de espermatozoides a cada ejaculação. Porém, qualquer aumento adicional parece não ter nenhum efeito sobre a fertilidade.
Nós sabemos que a grande maioria dos espermatozoides ejaculados se perdem pelo caminho e apenas algumas centenas acabam perto do óvulo. Parte dessa redução no número serve claramente para eliminar o esperma inadequado. Por exemplo, os espermatozoides deformados são filtrados pelo muco no colo do útero e parece provável que uma nova seleção aconteça nas tubas uterinas. Dessa forma, um grande número de espermatozoides são necessários para garantir que aquele um espermatozoide geneticamente perfeito atinja o alvo.
1. É verdade que a contagem de espermatozoides humanos está em declínio?
Desde 1974, várias pesquisas têm indicado que a contagem de espermatozoides humanos foram reduzidos pela metade em várias populações em regiões industrializadas nos últimos 60 anos ou mais.
Entretanto, essa conclusão tem sido contestada por várias razões, principalmente pelo fato de que alguns estudos não encontraram nenhuma evidência de um declínio na contagem de esperma. Verificou-se que isso acontece porque há diferenças marcantes na contagem de esperma de populações de locais e épocas diferentes. Também foi sugerido que a redução no número de espermatozoides decorreu de mudanças nos métodos de contagem.
No entanto, esses mesmos métodos foram utilizados para avaliar as contagens de esperma em animais de fazenda tais como bois, ovelhas e porcos, e nenhum declínio foi constatado no número de espermatozoides entre os animais. A boa notícia é que a contagem nos humanos ainda não caiu para níveis que ameacem severamente a fertilidade, e essa diminuição pode se estabilizar logo.
O mais preocupante, neste ponto, é que o declínio da contagem de esperma está acompanhado por um aumento acentuado em anormalidades do sistema reprodutor masculino – testículos que não descem para o saco escrotal e desenvolvimento anormal do pênis – em conjunto com taxas mais elevadas de câncer no testículo e de próstata.
As evidências sugerem um efeito ambiental de algum tipo, que afeta apenas os seres humanos. Vários fatores têm sido indicados como os grandes vilões, mas os candidatos mais prováveis são as toxinas ambientais que imitam a ação dos hormônios esteroides.
Redação Clínica Progênese com informações [CNN]